Pré-adolescência e sexualidade: a importância do diálogo

Parabéns! Você passou pela fase da pergunta que todo o mundo já ouviu um dia na vida: “de onde vem os bebês?”. Depois disso, o pequeno cresceu. E agora, chegou o novo desafio: falar sobre a sexualidade. Por mais que seja desafiador para alguns pais ou responsáveis discutir abertamente sobre o assunto, esse é um momento muito importante na vida de um adolescente – mais especificamente, alguém que está entrando nessa determinada fase. Por isso, respire fundo. E saiba que você não está sozinho (a) nessa.

Tenha em mente que a percepção das partes íntimas ocorre quando pequenininhos, por volta dos 3 ou 4 anos. Mas, somente entre 8º e 9º ano de vida, a criança começa a sentir algum tipo de atração por outra pessoa, mesmo que ainda seja muito cedo para ela identificar exatamente o que se passa. É na hora em que o corpo começa a se desenvolver um pouco mais que os questionamentos mais efetivos aparecem. Mas é importante ficar atento: nem sempre ele divide isso com você.

Estabeleça a abertura
Se você não construiu uma abertura de diálogo na relação até o momento, não se culpe. Ainda há tempo de plantar a sementinha e transmitir confiança para que ocorra esse retorno naturalmente. Seja sincero e diga que você está disponível para conversar sobre todo e qualquer assunto. Explique que não há motivos para esconder nada e deixe claro que você estará sempre ali.

Ofereça ajuda
Quanto mais o tempo passa, mais dúvidas aparecem. Aos poucos, fale abertamente sobre o funcionamento do corpo, pergunte se o seu filho ou pré-adolescente pelo qual você é responsável gostaria de consultar algum médico especialista para falar sobre as possíveis espinhas, pelos no corpo, menstruação e outras questões que geralmente envolvem a adolescência. Ajude-o a amadurecer a ideia e vá junto à consulta. Lá, deixe sob a vontade dele a sua presença durante a conversa.

Mostre o caminho
Procure introduzir assuntos sobre métodos contraceptivos: camisinha, anticoncepcional e outros. Por mais que os médicos falem sobre isso e a maioria das escolas abordem as temáticas em sala de aula, é importante que você seja uma fonte de confiança dentro de casa, para que fique sempre claro o seu apoio, sem nenhum tipo de tabu. É a partir dele que você deixará claro o que considera certo ou errado, tendo a liberdade estabelecida para começar a dar conselhos.

Quebre barreiras direta ou indiretamente
Esteja preparado para ouvir as mais diversas perguntas, além de responder o que for necessário. Se ainda assim, seu filho ou filha não quiser falar, respeite. Deixe livros e revistas que tratem do assunto de forma aberta e eficiente pela casa, aproprie-se da tecnologia e rode entrevistas com a temática na TV da sala; mas, principalmente, não tenha medo de se aproximar. É hora de ser criativo. E construir um elo que pode fazer toda a diferença.

Busque terapia
Nada de pensar que o trabalho de um psicólogo é voltado somente para pessoas com doenças mentais. Entenda que os profissionais da psicologia são pessoas que escutam “de fora” o que se passa dentro da mente do paciente, estabelecendo uma ajuda sem julgamentos. Sua atuação é importante em qualquer idade e situação, com o objetivo de “desatar os nós” do dia a dia, que mudam conforme a idade e fase da vida. Pode ser interessante tanto para quem lida com um adolescente, quanto para ele mesmo.

Confie na sua educação
Ser pai, mãe, tio, tia… Não importa o laço que você tem. Nada disso vem com um manual de instruções. Por isso, jogue limpo, esteja aberto para as situações e aprenda com os erros, sem se comparar com a maneira com que os outros lidam com suas famílias. Inspire-se. Mas lembre-se que só você sabe exatamente como lidar com os “seus”.


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