História do Hospital

Camaquã nos anos 1930 era uma cidade provinciana. Em meio ao pátio do futuro Hospital Nossa Senhora Aparecida, o Dr. Walter Kess, construiu uma pequena casa onde atendia seus pacientes. Aos fundos se encontrava a residência do médico, construída por um mestre de obras vindo de Portugal. O mesmo que chefiou a construção da torre da Igreja Matriz. A aconchegante residência, mais tarde, foi vendida ao Dr. João Reis Lessa, que lá morou com sua esposa dona Julinha Teixeira, irmã dos médicos Júlio e Ceciliano Rosa Teixeira. Ela, anonimamente, muito auxiliou nos trabalhos do futuro hospital.


Quando o Dr. Kess deixou a cidade, a área que se tornaria o Hospital foi adquirida pelos irmãos Teixeira, que juntamente com o cunhado Dr. Lessa, construíram o pavilhão na rua Presidente Vargas, no ano de 1934 – conhecido como o pavilhão frontal, pois a frente do hospital era ali.


Sua fachada original possuía 60 metros de extensão, e possuía 24 quartos destinados à primeira classe, refeitório, cozinha, três banheiros e uma clausura, além de três setores a parte: um setor masculino, outro feminino e um para isolamento. Cada um com quatro quartos. Uma capela e um pavilhão destinado à garagem foram anexados para fazer parte do complexo. Entre os prédios foi projetado um imenso gramado.


Os trabalhos foram iniciados no ano de 1939 e concluídos em 1941. a obra do novo hospital estava orçada em 180:000$000 (180 contos de réis), o equivalente na época a dez estâncias em nossa região, segundo o pesquisador João Máximo Lopes, do NPHC. Em 1949, foi iniciada a construção de um pavilhão para indigentes, onde o Estado do RS e o governo federal contribuíram com a construção.


Nos primeiros anos a direção do hospital coube ao Dr. João Reis Lessa. Com a morte deste o cargo passou ao Dr. Júlio Teixeira, que esteve a sua frente até 1950. Como ara patrimônio particular, após esta data, o hospital foi adquirido pela Prefeitura Municipal, na administração do Prefeito Olavo Moraes.


A administração, então, foi entregue às Irmãs Bernardinas Franciscanas, vindas do EUA (1938), e que também auxiliavam os médicos. Enquanto um grupo atuava no HNSA, outro dirigia a Escola Normal São João Batista. De saudosa memória cumpre destacar as Reverendas Irmãs: Madre Cacilda, a diretora; Irmã Liliosa e Anilda, enfermeiras; e Irmã Gertrudes, auxiliar de enfermagem.

Até os anos de 1970, o Hospital estava separado em Pavilhão da Frente (atual Bloco A), a farmácia do Sr. Nésio Pinheiro, mais os consultórios dos irmãos Teixeira e o Pavilhão Vergara (atual Bloco B). Sob a administração do prefeito Paulo Belchior da Costa, tendo o Dr. Marco Antônio Monser como secretário de Saúde, foi construído um novo pavilhão que faria a ligação entre os Blocos A e B. No final da década de 1970 a entrada para o pronto socorro seria fechada dando um único corpo ao atual Bloco A. A partir daí a entrada passa a ser na Rua Cristóvão Gomes de Andrade, n° 665, permanecendo até os dias atuais.


Fonte: Revista Camaquã - editada pela Criarte Marketing e Evento - e Núcleo de Pesquisa Histórico de Camaquã - Relatos de Rubem Scherer e Jornal "A Tribuna", de São Lourenço do Sul, 1940